segunda-feira, 26 de julho de 2021

Mensagem na garrafa

 Olá. 

Acho prudente avisar que estou vivo. Nem mesmo nas postagens mais pessimistas que eu fiz neste blog fantasma eu pude chegar próximo de imaginar o que estaríamos vivendo hoje.

No mais, estou bem. 

Eu parei para ler coisas antigas aqui neste relicário virtual e devo dizer que algumas coisas não mudaram. O fato da grana continuar pouca e rara, por exemplo. Mas muita coisa mudou. Também, né, mais de dez anos escrevendo muitíssimo esporadicamente.

Eu entrei na faculdade de Física e avancei nela, isso foi algo que eu nunca imaginei que aconteceria, talvez menos ainda que uma pandemia global. Mano, física.

Eu odiava física. Eu reprovei o primeiro ano do ensino médio por causa de física. Física era chatão. Bagulho de bloco, plano que inclina, carga elétrica. É meio maluco o conceito de carga elétrica.

Aliás, não virei bombeiro. Foi por pouco. Mas semana passada fiz 50 acertos na UERJ. Vai achando que eu to de bobeira. Vai achando que eu desisto dos bagulho assim. 

Daí hoje tava eu lá, fazendo uma prova de Eletromagnetismo, em casa, por causa de um virus, depois de ter levado meu gato pra castrar. O gato que eu resgatei aqui em Nova Iguaçu, onde moro com minha mulher, minha parceira, minha namorada, a melhor coisa que já aconteceu comigo nessa vida, minha metade, minha vida todinha, que eu conheci no Tinder, que chega a fazer parecer ridículo as coisas que escrevi aqui enquanto jovem. A gente mora junto, temos uma casa linda e fumamos maconha na sala e transamos pela casa. Sala com um monte de máscara pendurada. Sala onde demos muitas aulas virtuais, pois sou professor de física, e ela de história.

A vida não faz sentido algum.

Alguém ainda lê?