Fragmentos e fragrâncias
Engraçado como você ouve uma música e percebe que tá tudo conectado. A vida, um amontoado de cabos, e matrizes e vidas alheias, pensamentos, idéias, trabalhos, rotinas, coincidências e experiências, e desencontros, perfumes, raiva, mágoa e mais um monte de coisa que não tem relevância nenhuma até chegar um certo momento, ou até você conhecer certa pessoa ou ver certo filme. Um monte de nós, nós numa rede de pescar. Nós, nós que somos os nós. O universo inteiro numa casca de noz. É tanta coisa. É tanto detalhe. É estranho, tipo, num domingo chuvoso você vai à farmácia comprar um remédio pra dor de cabeça da ressaca e de repente BLAM. Aquele cheiro na ala dos desodorantes. Mil memórias tocam o tambor. E aí você associa mil momentos naquela farmácia, ou em outra. Quando você comprou aquela camisinha tal que seu amigo disse que era boa. Ou aquela pilula que ia dar um jeito no teu vacilo. Ou aquela pessoa sorrindo porque você fez alguma piada sobre absorventes. Eu lembro quando eu trabalhav...